Expedição Caminho da Mata Atlântica chega ao fim, mas a aventura em torno da conservação só começou

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Serra do Tabuleiro / Foto: Ernesto Castro

A Mata Atlântica está entre os hotspot de maior diversidade biológica do planeta. Ela abriga cerca de 20.000 espécies arbóreas e arbustivas (8.000 endêmicas), 1.020 espécies de aves (200 endêmicas) quase 340 espécies de anfíbios (mais de 90 endêmicas), 270 espécies de mamíferos (55 endêmicas), incluindo aquelas que são alvos de conservação do WWF-Brasil: mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia), muriqui (Brachyteles arachnoides), e onça-pintada (Panthera onca).

Apesar da sua importância para a conservação, a Mata Atlântica brasileira é o ecossistema mais ameaçado do mundo. Restam apenas 11,7% da sua cobertura inicial. O projeto Caminho da Mata Atlântica é uma forma de conservar, valorizar e mostrar a população brasileira a importância da conservação deste importante bioma. A ideia central é criar uma trilha com aproximadamente 2.500 quilômetros que vai desde o Estado do Rio de Janeiro até Santa Catarina. Fortalecer as comunidades e os negócios locais em torno da conservação e trazer um grande número de pessoas para conhecer presencialmente as suas belezas.

Ernesto Viveiros de Castro é biólogo e mestre em Ecologia e chefe do Parque Nacional da Tijuca. Ele teve o prazer de percorrer uma boa parte desta imensa trilha como parte do Projeto Borandá (falaremos mais sobre o projeto no final do texto). A peregrinação batizada de Expedição Caminho da Mata Atlântica teve três objetivos centrais:

  • Avaliar o conjunto de trilhas existentes e ver nível de dificuldade e condições de manejo para tentar padronizar os diferentes trechos do caminho;
  • Estabelecer contato com parceiros e voluntários locais para fortalecer a rede de apoio ao projeto;
  • Capacitar voluntários para manejar e sinalizar trilhas em locais onde já existe mobilização.

A aventura de Ernesto foi documentada na página do Facebook do Projeto.  Ao todo, Ernesto percorreu 150 quilômetros a pé por 4 Parques Nacionais, 8 Parques Estaduais e várias unidades de conservação. Além de paisagens deslumbrantes, ele tirou algumas conclusões importantes sobre o Caminho da Mata Atlântica. “O projeto é realmente apaixonante e podemos conquistar muitos adeptos”, afirma. “Boa parte do Caminho da Mata Atlântica já existe e falta apenas conectá-lo​ – o trabalho de articulação de tantos parceiros para definir os trajetos é fundamental e também um grande desafio.”

Ernesto reforça a importância de organizar os parceiros em uma área tão grande sem perder o foco. “Temos órgãos gestores, ONGs, grupos excursionistas e voluntários independentes muito interessados em tornar o Caminho da Mata Atlântica uma grande realidade”, explica.  “Precisamos criar um padrão geral para a trilha de sinalização e estabelecer um modelo de governança para tomar as decisões e fazer o projeto caminhar.​”

A oportunidade de atrair um grande número de pessoas para percorrer o Caminho da Mata Atlântica é notória. Afinal, a área de cobertura de Mata Atlântica abrange mais de 120 milhões de pessoas (75% da população brasileira) e 70% do PIB brasileiro. Sem falar no potencial paisagístico presente nas trilhas das reservas e Unidades de Conservação. Ernesto Castro destaca algumas atrações que ele visitou e que considera as mais belas do Caminho Mata Atlântica. Confira:

  • Morro da Igreja, no PARNA São Joaquim
  • Serra do Rio do Rastro,
  • O Salto Party e os manguezais da Baía de Guaratuba,
  • O Pico do Paraná e a Caverna Temimina, no PETAR.
  • Praias entre o PARNA Superagui e a Ilha do Cardoso ​
  • As praias da divisa de São Paulo com o Rio de Janeiro
  • Cachoeira do Bracuhy (PARNA Bocaina),
  • As vistas do Rio de Janeiro a partir da Transcarioca e na Travessia Petrópolis-Teresópolis

Fonte: WWF Brasil

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