Aliança de organizações traça perfil ecossistêmico para a conservação do Cerrado

Após realizar consultas públicas com diversos atores do setor empresarial, governo, academia e sociedade civil, ao longo do ano, o diagnóstico de perfil ecossistêmico do Cerrado e as diretrizes estratégicas para manter a diversidade biológica e social da região foram apresentados na tarde de ontem (15), durante oficina em Brasília-DF.

A intenção, segundo os organizadores do evento, foi mostrar a versão preliminar do documento em construção e recolher propostas e contribuições dos participantes.

Cerca de 30 pessoas participaram da oficina para apresentação do perfil ecossistêmico do Cerrado / Foto: Letícia Campos/WWF-Brasil
Cerca de 30 pessoas participaram da oficina para apresentação do perfil ecossistêmico do Cerrado / Foto: Letícia Campos/WWF-Brasil

Esta é a primeira fase de um projeto que visa investir em ações de conservação do Cerrado, com ênfase no fortalecimento da sociedade civil nos próximos cinco anos. Esta etapa está sendo conduzida pelas instituições Conservação Internacional Brasil (CI-Brasil) e o Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), sob o financiamento do Fundo de Parceria de Ecossistemas Críticos (CEPF, a sigla em inglês).

Para Kolbe Soares, analista de conservação do Programa Cerrado Pantanal, que representou o WWF-Brasil no evento, “o diagnóstico construído em conjunto com as organizações participantes trouxe informações bastante relevantes em relação à identificação de áreas prioritárias no bioma para investimentos que serão proporcionados pelo CEPF nos próximos quatro anos”. Além disso, Kolbe considera que “os investimentos na conservação do Cerrado proporcionados pelo Fundo, poderão alavancar outros tipos de apoio e chamar a atenção da sociedade brasileira para a realidade preocupante que se encontra o Cerrado”.

O documento levou em consideração três critérios – grau de ameaça, existência de Planos de Ação Nacionais (PAN) e importância relativa dohotspot para a conservação da espécie – e com base nisso identificou que o bioma tem 1.270 áreas-chaves para a conservação, sendo que 218 são criticamente ameaçadas e, destas, apenas 12 tem PANs.

Para chegar a este resultado as consultas públicas analisaram aspectos políticos, socioeconômicos, de mudanças climáticas, importância biológica, serviços ecossistêmicos e conservação. Estas temáticas foram consolidadas com base na compilação de dados disponíveis para o bioma, tais como estudos, artigos, teses, livros, dentre outros. Uma das dificuldades encontradas diz respeito à falta de dados atuais sobre o monitoramento do desmatamento no Cerrado, já que as últimas informações são de 2009.

De acordo com Ana Cristina Fialho de Barros, secretária de biodiversidade e florestas do Ministério do Meio Ambiente (SBF/MMA), “a iniciativa é muito bem-vinda pelo órgão, até mesmo porque considerou planejamentos e estudos que tiveram nossa contribuição. A proposta que está sendo apresentada dá um contexto amplo, que dialoga muito com o que está sendo feito pela secretaria”.

O estudo deve ser finalizado e aprovado pelo conselho de doadores do CEPF até o final de 2015, em seguida abre-se a possibilidade de apoio para projetos de conservação no bioma no período de 2016 a 2020.

Sobre o CEPF

Criado em 2000, o CEPF atua em 23 hotspot – área prioritária para a conservação –, em 89 países. Ao todo o Fundo já investiu 175 milhões de dólares nessas regiões, beneficiando 1,9 mil entidades da sociedade civil.

No Brasil, o CEPF está presente desde 2002, mas inicialmente com foco no bioma Mata Atlântica. Até 2011 foram 300 projetos apoiados à ONGs, comunidades e pequenas empresas, que desenvolvem trabalho com espécies, áreas protegidas e paisagens (conjuntos de corredores de conservação). Atualmente reúne sete doadores internacionais e pelos próximos cinco anos deverá aprovar um montante para investimento no Cerrado para garantir a proteção social e biológica do bioma.

Fonte: WWF Brasil

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